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PREVILUCAS PARABENIZA LUCAS DO RIO VERDE PELOS SEUS 28 ANOS

Apesar de todo desenvolvimento econômico e populacional registrado nos últimos anos, Lucas do Rio Verde possui apenas 28 anos de emancipação político-administrativa. Localizado no centro geográfico da
Por Andressa Frizzo
05/08/2016 10:06

(Foto: Previlucas/ASCON)


Apesar de todo desenvolvimento econômico e populacional registrado nos últimos anos, Lucas do Rio Verde possui apenas 28 anos de emancipação político-administrativa. Localizado no centro geográfico da América do Sul e cortado pela BR 163, o município faz parte do principal centro produtor de grãos do Estado de Mato Grosso. A colonização teve início no final da década de 1970, com a vinda das primeiras famílias da região Sul do Brasil, na maioria agricultores. Aliás, o solo fértil aliado as condições climáticas favoráveis sempre foram os principais atrativos do município, que se desenvolveu com base na agricultura e posteriormente, na agroindustrialização. Atualmente, o município possui 52.843 habitantes (estimativa IBGE-2013), a cultura tipicamente sulista hoje se mistura com os ritmos e costumes das regiões norte e nordeste formando um novo município, forte na economia, amplo nas oportunidades e rico na diversidade cultural.

HISTÓRIA

As obras de abertura da rodovia BR-163, pelo 9º BEC (Batalhão de Engenharia e Construção), ligando Cuiabá a Santarém (PA), na segunda metade da década de 70, mobilizaram os primeiros colonizadores para esta região de cerrado situada no Médio-Norte de Mato Grosso e distante 350 quilômetros da Capital.

No entanto, foi somente a partir de 1981, quando o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) começou a implantação do projeto de assentamento de 203 famílias de agricultores sem-terra oriundas de Encruzilhada Natalino, interior do município de Ronda Alta (RS), que se formou a comunidade que deu origem a Lucas do Rio Verde.

Na época, outros 85 posseiros que já habitavam o local e mais 50 colonos provenientes do interior de São Paulo também foram assentados nos lotes que dividiram uma gleba de 197.991 hectares.

O dia 05 de agosto de 1982 passou a ser comemorado como a data de fundação da agrovila, ainda então pertencente ao município de Diamantino.

Em 17 de março de 1986, o núcleo urbano foi elevado à condição de Distrito e no dia 04 de julho de 1988, quando conquistou sua emancipação político-administrativa, já contava com 5.500 habitantes. Atualmente, poucas famílias dos assentados de Ronda Alta ainda continuam de posse de suas terras. Pressionadas pelas inúmeras dificuldades daquele período, muitas delas desistiram de seus sonhos e outras perderam terreno para a agricultura extensiva que começava a ocupar a vastidão do cerrado.

Três décadas depois da instalação do acampamento do 9º BEC, às margens do Rio Verde, esta moderna, pujante e dinâmica cidade cujo nome rende uma homenagem a Francisco Lucas, antigo seringalista e desbravador da região, em nada lembra aquele vilarejo onde tudo era difícil e precário.

Hoje, com 52.843 habitantes (estimativa IBGE-2013), têm um enorme orgulho de viver nesta sociedade que em tão pouco tempo se tornou um pólo de desenvolvimento do estado e ainda ficou conhecida por ter um dos melhores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, conforme relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).

ORIGEM DO NOME

A denominação Lucas do Rio Verde é homenagem a Francisco Lucas de Barros, e ao Rio Verde, curso d’água que corta o território municipal, assim chamado pela cor esverdeada que apresenta Francisco Lucas de Barros foi um seringalista, desbravador de sertões.

Este homem, afeito à rudeza da selva, via na extração do látex sua motivação de vida. Profundo conhecedor da região, teve seu nome perpetuado pela história ao emprestá-lo ao município de Lucas do Rio Verde.

DISTRITOS

O município de Lucas do Rio Verde conta, em sua estrutura administrativa com o distrito de Groslândia, localizado a 54 quilômetros ao sul da sede, sendo que o acesso se dá pela estrada da linha 01, hoje denominada Rodovia da Mudança.

Pertencem também ao Município de Lucas do Rio Verde as seguintes Agrovilas: Itambiquara, Nossa Srª. do Rosário, Campinho Verde, KM 30, Nossa Srª. Aparecida, Santa Bárbara, Santa Teresinha, São Cristóvão e Nossa Srª. Consoladora.

Localização: Centro-Oeste do Brasil, Região Norte de Mato Grosso.

Extensão Territorial: 3.645,23 Km2.

Emancipação: 04 de julho de 1988.

Distrito: Groslândia.

População: 57.285 habitantes (estimativa IBGE 2015).

Eleitores: 38.000.

Distância da Capital (Cuiabá): 350 Km.

Rodovia de Acesso: BR-163 (Cuiabá-Santarém).

Limites: Ao Norte, Sorriso; ao Sul, Nova Mutum; ao Leste, Sorriso; e ao Oeste, Tapurah.

Altitude: Média de 400 metros.

Clima: Tropical de savana, com duas estações bem definidas.

Temperatura Média Anual: 25ºC.

Precipitação Pluviométrica: Média anual de 2.333 mm.

Estação Chuvosa (de setembro a abril): Umidade relativa do ar acima de 86%.

Estação Seca (de maio a setembro): Umidade relativa do ar abaixo de 40%.

Hidrografia: Os rios principais são o Rio Verde, Cedro, Divisão e o Córrego Lucas.

Vegetação: Constituída por cerrado, arbóreo denso (cerradão) e matas ciliares.

Relevo: Predomínio dos relevos planos com solos argilosos ou areno-argilosos.

Solo: Latossolos vermelho-amarelo distrófico (80%), areias quartzosas e solos hidromórficos.

ECONOMIA FORTALECIDA

Com alta tecnologia e elevados índices de produtividade, a agricultura de Lucas do Rio Verde desponta como uma das mais eficientes e foi fundamental para rapidamente firmar-se entre os mais importantes pólos do agronegócio de Mato Grosso e do país.

Responsável por 1% de toda produção brasileira de grãos, embora sua área ocupe apenas 0,04% do território nacional, o município agora ingressa de vez no seu segundo ciclo econômico. Um processo que evoluiu a partir de 2005, com o início da implantação da Usina Canoa Quebrada – um investimento gerador de mais 28 megawatts de energia que entrou em operação no início de 2007 e se consolida com a chegada de gigantes da indústria de transformação de alimentos.

Com o agronegócio em franca expansão e o impulso dado para a verticalização da economia, Lucas do Rio Verde abre caminho para se tornar muito mais que um produtor primário altamente tecnificado e modelo de vida comunitária. O incentivo à instalação de novas empresas – através da isenção de impostos e da disponibilização de lotes subsidiados com toda a infra-estrutura necessária – evidencia a preocupação com o desenvolvimento sustentável e o equilíbrio social.

AGRICULTURA

A agricultura é a base inicial de sustentação de uma economia, ou seja, toda a sustentação econômica de um município ou região passa pelo setor agrícola. A partir da agricultura é que surgem possíveis investimentos em outros setores, como o setor de serviços e industrial.

A produção agrícola é a principal mantenedora do sistema econômico regional aonde se encontra o município de Lucas do Rio Verde, constitui-se também como a principal alavanca que impulsiona o crescimento econômico para o Estado de Mato Grosso.

As pequenas áreas de produção constituem-se em locais próximos da cidade, e distribuem-se em pequenas chácaras que vivem da exploração comercial do leite e derivados, do plantio de hortaliças e frutas e da produção de mel, peixe e outros produtos. A comercialização se dá nos mercados e na feira do produtor, essa é realizada duas vezes por semana, aonde se mantém uma associação de produtores locais, já que os mesmos não conseguem competir com a produção de grãos em larga escala.

As médias e grandes áreas de produção especializaram-se em produzir grãos e fibras como soja, milho e algodão. Algumas dessas áreas produzem em pequenas escalas feijão, arroz, sorgo, milheto e outros produtos como forma de diversificação da produção e aproveitando o mercado momentâneo.

1 - PRODUÇÃO DA SOJA

A soja é considerada o produto de sustentação da balança comercial brasileira, e assim indispensável para a manutenção de vários setores, dentre esses, o de óleo vegetal, farelo, rações para alimentação animal e para o próprio consumo humano.

O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, o Estado do Mato Grosso é o maior produtor do país e o município de Lucas do Rio Verde é considerado o 5° maior produtor do estado. Assim, a soja é o principal produto agrícola cultivado no município, sendo responsável quase que totalmente pela economia local.

 2 – PRODUÇÃO DE MILHO

O município é um dos grandes produtores nacionais de milho segunda safra, especializando-se na produção dessa cultura. O milho, além de atuar na cadeia regional de produção de grãos, atua também nas cadeias produtivas de suínos e frangos de outros estados brasileiros.

Essa característica, de certa forma, impulsiona a produção local, que é uma das mais importantes para o Estado de Mato Grosso. A agregação de valores através da diversificação econômica pode vir a gerar a industrialização do produto no mercado local trazendo geração de empregos e renda, impulsionando a economia da cidade, além de contribuir para o incremento da geração de imposto para os cofres municipais, sendo importante também para o crescimento econômico e para o PIB municipal.

3 – PRODUÇÃO DE ALGODÃO

Apesar dos riscos e das poucas áreas de produção, o algodão é uma cultura altamente competitiva que traz muitos benefícios para o município, principalmente para o setor industrial.

Um fator importante quanto a cultura do algodão é referente a tecnologia. Para cultivar o algodão, é necessário um grande investimento em máquinas e insumos, desde o plantio até a colheita do produto. Esse talvez seja o principal fator que impede que haja uma produção maior e mais áreas cultivadas no município.

4 – PRODUÇÃO DE FEIJÃO

A cultura do feijão não é voltada à exportação, seu consumo é interno, e por essas circunstâncias não é muito cultivado pelos produtores rurais do município, sendo esta, mais voltada para a base familiar.

 5 – PRODUÇÃO DE ARROZ SEQUEIRO

Como o feijão, o arroz é pouco explorado no município, apresentando baixos volumes de produção e sendo utilizado, na maioria das vezes, como cultura para correção da acidez do solo após a abertura de novas áreas para plantio de soja e outros produtos.

Porém, a região onde Lucas do Rio Verde está inserido apresenta uma grande produção desse produto, tendo o município de Sinop (localizado a 150 Km ao norte) como maior produtor da região.

A cultura do arroz sequeiro é explorada como um diferencial nas pequenas e médias propriedades, e a exploração industrial desse produto pode ser feita para a fabricação de ração animal para peixes e suínos, substituindo o farelo de milho, e para o consumo humano.

6 – PRODUÇÃO DE SORGO

A cultura do sorgo é concorrente direto do milho, e utilizado para incorporar massa seca a terra para ajudar no plantio das próximas culturas, como a cultura da soja.

O sorgo não apresenta poder de competição em termos de preço, sendo, comercialmente, aproximadamente 50% mais barato que o milho. Utilizado como cultura para rotação, tem pouca importância econômica, porém sua produção é maior do que a produção de arroz e a produção de feijão no município.

DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO

 1 – SUÍNOS

A suinocultura é um investimento agregado junto à produção de grãos, podendo ser incorporada como uma alternativa rentável para as famílias rurais. O município de Lucas do Rio Verde conta com uma atividade potencial, pois gera produção de milho e soja suficientes para a manutenção da cadeia regional, como também para manter as cadeias provenientes de outros estados.

A suinocultura é um investimento altamente viável devido à rapidez do retorno sobre o capital investido, pois essa é uma atividade de curto prazo, isso porque um suíno está pronto para o abate com apenas 90 dias.
Um dos fatores importantes sobre essa atividade é a parceria que se forma em torno dessa produção. Empresas com potencial de investimentos têm nessa atividade sua fonte de sustentação bancando o financiamento para as estruturas, rações, matrizes e medicamentos, além de treinar a mão-de-obra.

Assim os produtores locais e as empresas unem-se em uma espécie de parceria onde há a produção e entrega da matéria-prima, o treinamento da mão-de-obra e comercialização dos equipamentos e estruturas físicas e a industrialização e comercialização do produto final. Temos ainda como fatores de destaque o clima, a água, a matéria-prima em abundância e a mão-de-obra.

Outro fator é o interesse pela carne suína em outros países. O nível de exportação de carne suína cresceuconsideravelmente nos últimos anos.

2- PRODUÇÃO DE BOVINOS

Na bovinocultura de corte predomina a raça Nelore, criado em pastagens extensivas. Nos últimos anos as pastagens têm sido transformadas em áreas de lavouras restando um rebanho pequeno.

O confinamento de bovinos é uma atividade que vêm surgindo como alternativa para uma terceira safra no município, sendo toda a produção de carne para exportação. A produção de leite no município está sendo retomada, em 2006 foi de 1.000 litros por dia onde é recebido pelo laticínio Lactivit.

REFERÊNCIA NO MERCADO

A nova unidade agroindustrial da Sadia, hoje BRF, visa ser uma referência no mercado tanto no que diz respeito à adoção dos mais avançados processos tecnológicos do mundo quanto à questão da sustentabilidade do negócio, considerando a preservação do meio ambiente, das comunidades e de todas as partes interessadas que estão sob a área de influência do empreendimento.

Modernidade e desenvolvimento sustentável, aliás, norteiam como um todo o projeto da Sadia em Lucas do Rio Verde, construído numa região de transição entre os biomas da Amazônia Legal e do cerrado. Um bom exemplo nesse sentido é o programa Lucas do Rio Verde Legal, por meio do qual a Sadia e o Instituto Sadia são parceiros da Prefeitura de Lucas do Rio Verde, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, da Procuradoria Geral do Estado e da The Nature Conservancy (TNC), ONG que é uma das principais referências no tema no mundo, dentre outras organizações públicas e privadas do Mato Grosso. O trabalho conjunto tem por objetivo maior a regularização socioambiental das propriedades rurais da cidade, compatibilizando o desenvolvimento agropecuário e agroindustrial com a conservação ambiental da região.

A meta do projeto Lucas do Rio Verde Legal é que o município figure nos cenários estadual e nacional como aquele que não possui passivos florestais e trabalhistas nas atividades agropecuária e agroindustrial. O modelo a ser implementado nesse projeto poderá servir de orientação aos processos de desenvolvimento local e regional para o futuro desenvolvimento regional da Amazônia. O projeto inclusive já foi destaque municipal da primeira edição do “Prêmio Brasil de Meio Ambiente”, em 2007, promovido pelo Jornal do Brasil e pela Revista JB Ecológico, em parceria com a Gazeta Mercantil e a Revista Forbes Brasil.

A BRF também realizou em 2006 um estudo das questões socioambientais da soja e agropecuária na Amazônia em parceria com a ONG Imaflora para entender a complexidade da região onde a unidade produtiva está sendo instalada, com o objetivo de torná-la um modelo em desenvolvimento sustentável no mercado brasileiro. Dentro desse contexto, a empresa aderiu à moratória da soja do Greenpeace, que prevê a não compra de grãos provenientes de áreas desmatadas do Bioma Amazônico após julho de 200. A finalidade maior da moratória é impedir o desmatamento na Amazônia, por meio de uma aliança entre ONGs, produtores, supermercados e cadeias de fast-food. A instituição criou inclusive um grupo de trabalho da soja, composto por representantes do setor, ONGs e sociedade civil, para tratar do mapeamento e do monitoramento da Amazônia, de questões de conscientização e educação, além de exercer o relacionamento institucional da iniciativa.

Outra ação importante da BRF, por meio do Instituto Sadia/BRF, no município é o projeto Semeando a Educação. Resultado de uma parceria com a Prefeitura Municipal, o programa de educação ambiental voltado para crianças da 4ª série do ensino fundamental e do 1º ano do colegial do ensino médio, tem como missão ampliar a consciência de crianças e jovens que serão os futuros tomadores de decisão da localidade. A ação prevê também a instalação de um viveiro de mudas nativas no Horto Municipal de Lucas e o reflorestamento de áreas urbanas degradadas.

Com relação às operações industriais, os equipamentos que vêm sendo comprados estão entre os mais modernos disponíveis no mercado. Em todas as etapas do projeto – até chegar ao pleno funcionamento das fábricas -, a Sadia fará um rígido e eficiente tratamento de efluentes, dentro dos mais altos padrões internacionais, além de monitoramentos do solo, da água e do ar nas áreas de influência da unidade. “Nossa idéia é construir em Lucas do Rio Verde um novo conceito de agroindústria no País”, finaliza o diretor presidente da BRF, Gilberto Tomazoni.